Existe um conjunto de tecnologias e serviços baseados em localização (Localization based technologies ou LBT e localization based services ou LBS, respectivamente). Enquanto celulares, netbooks, GPS, QR Codes, Wi-Fi, bluetooth e outros são exemplos das tecnologias, mapeamentos, redes sociais móveis, games, realidade aumentada e mais tantos são exemplos desses serviços. No entanto, para que sejam classificados como mídias locativas, devem utilizar como parte fundamental do processo o contexto informacional daquilo que está sendo “localizado”. Assim sendo, essas mídias possuem quatro funções:
Realidade móvel aumentada: Em 1997, Ronald Azuma definiu a realidade aumentada (RA) como um ambiente que envolve tanto realidade virtual como elementos do mundo real, criando um ambiente misto em tempo real. Sua funcionalidade móvel faz com que, quando a câmera do celular é apontada para um objeto que seja reconhecido pela RA, este é substituído por gráficos 3D enquanto o resto continua normal.
Mapeamento e monitoramento de movimento: Através dos dispositivos móveis, pode-se mapear e monitorar o espaço urbano, podendo-se construir um percurso específico.
Geotags: Dentre várias possibilidades, a principal é a localização de lugares no mapa múndi com o objetivo de agregar informação em mapas para serem acessadas através de motivos fósseis.
Anotações urbanas: Utilizam-se os dispositivos móveis para indexar informações aos lugares. Com isso, surgiu a arte feita com mídias locativas. Ela utiliza o espaço urbano e as novas tecnologias, tendo como objetivo levantar diversas questões sobre este espaço, mobilidade, vigilância, controle e monitoramento.
Herdando características de outras artes, na feita com mídias locativas o lugar passa a ser representado por suas dimensões física, social, cultural, simbólica e dos novos bancos de dados eletrônicos. Segundo a enciclopédia do Itaú Cultural, os primeiros projetos eram relacionados a escrita ou desenhos através do GPS, citando como exemplos os trabalhos de Jeremy Wood, “GPS Drawing”, ou de Ester Polak, “Amsterdam Realtime”. No entanto, atualmente a variedade é tão grande que existem muitas classificações diferentes, e o número continua crescendo:
Anotações urbanas eletrônicas: escrita eletrônica no espaço indexando dados digitais a um determinado lugar, com conteúdo diversos como os projetos “Yellow Arrow”, “Sonic City”, “MurMur”.
Vigilância e monitoramento: projetos que mostram os perigos e ameaças das novas tecnologias à privacidade e ao anonimato como “Set to Discoverable” do grupo LOCA, “Disconnected” de Susan Hartig, “Tracking Transient” de Hasan Elahi, “Life. A User’s Manual” de Michelle Teran.
Mapeamentos e etiquetas geográficas: produção de cartografias diversas, vinculando informações como dados biométricos, fotos, textos, vídeos e sons a mapas ou conjunto de mapas ressaltando características muitas vezes invisíveis dos lugares como “GPS Drawing”, “Urban Tapestries”, “Amsterdam Real Time”, “Milk”.
Jogos Computacionais de Rua: jogos onde parte importante da trama se dá no espaço urbano com o uso de LBT e LBS. Esses jogos têm uma forte conotação artística, como podemos ver principalmente nos trabalhos do grupo Blast Theory (“Uncle Roy All Around You”, “Can You See Me Now”, “Rider Spoke”).No entanto, novos formatos vêm surgindo como as narrativas literárias com GPS ou mesmo filmes. Em ambos os casos fruir a trama necessita do deslocamento do usuário pelo espaço urbano. Exemplos são os projetos “GPS Film”, “230 Miles of Love” ou “Nomadic shopping”.
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