terça-feira, 26 de março de 2013

Arte em equipamentos eletrônicos:

MÚSICA ELETRÔNICA

O theremin e o movimento Futurista

Com o final da Primeira Guerra Mundial os primeiros avanços foram no sentido de tornar os  equipamentos   mais  econômicos  e  compactos.  Uma  dessas invenções  foi  o Thérémin  (teremin),   desprovido   de  teclado, munido   de dois detectores de movimento que controlavam o volume e  a altura do som  a partir do movimento  livre das mãos  do executante. Apesar  das contribuições de   vários  compositores  da época, na  atualidade, as Ondas Martenot são o único exemplo vivo, em obras como "Turangalîla" e "Trois Petites Liturgies" de Olivier Messiaen. Mais tarde surgiram instrumentos polifónicos como o Givelet e o  órgão Hammond, cujos  potenciais foram imediatamente reconhecidos  e explorados. O Givelet tinha a  capacidade de  ser programado, o  que foi  mais tarde largamente  ultrapassado pelos sintetizadores e peloscomputadores que viriam a surgir cerca de 25 anos mais tarde.




  Léon Theremim executando um teremin,
  equipamento de sua autoria

O movimento Futurista, iniciado pelo poeta Filippo Marinetti, rapidamente se expandiu pela Europa, na defesa da liberdade da expressão artística, que se revelou na música pela utilização de técnicas de produção sonora não convencionais até então.Luigi Russolo propôs, na década de 1910, em The Art of Noises[1], a composição musical a partir de fontes sonoras do meio ambiente, na busca da variedade infinita dos ruídos. O efeito prático desta proposta foi a construção de instrumentos produtores de ruído como o Intonarumori.
O compositor francês Edgard Varèse, foi pioneiro na exploração de novos conceitos de expressão musical. A sua técnica de instrumentação revelava um ruptura com a escola vigente no Conservatório de Paris, quebra essa absolutamente necessária para a aceitação de fontes eletrônicas na composição musical. O conceito de análise e de “regenese” dos sons foi explorado por Varèse na sua obra instrumental, obrigando-o a utilizar os instrumentos como componentes de massas sonoras de diferentes timbres, densidades e volumes. As aspirações de Varèse no campo da música eletrônica foram bloqueadas por razões financeiras e pelo deficiente apoio que recebeu. As obras teóricas de Thérémin, inventor do instrumento com o mesmo nome, debruçavam-se sobre os princípios analíticos na música, de forma sistemática e científica, antecipando a metodologia da composição de música eletrônica.

Uma fita cassete usada em magnetofonesNovos equipamentos magnéticos

Darius Milhaud e Percy Grainger utilizaram a capacidade de gravação e reprodução em vinil para deformar sons gravados através da variação da velocidade de leitura. Hindemith interessou-se especialmente pela capacidade de reproduzir os sons dos instrumentos acústicos eletronicamente, idéia que Varèse conseguiu contornar. Na década de 1930, os principais avanços foram nos sistemas de gravação. Depois de tentado um sistema de gravação óptica, revelou-se mais vantajosa a gravação em suporte magnético. O maior avanço ocorreu na Alemanha em 1935, com a invenção do magnetofone, que utilizava fitas plásticas impregnadas de partículas de ferro. A fita magnética não permitia no entanto a visualização por meio de gráficos do som, desvantagem que teve pouca importância. Até 1945, as principais linhas de desenvolvimento foram na concepção do som musical, no interesse pelos princípios da acústica, que permitiram o avanço no campo da música eletrônica.
 Década de 1940 e 1950: musique concrète e elektronische musik

Segunda Guerra Mundial forçou o desenvolvimento tecnológico a vários níveis que, cessado o fogo, se revelou determinante no progresso da música eletrônica. O clima de reconstrução econômica proporcionou incentivos de várias instituições, sobretudo das emissoras de rádio, que dispunham de estúdios bem equipados. Em Paris e Colônia estabeleceram-se duas diferentes correntes na música eletroacústica que duraram toda a segunda metade do século XX: respectivamente a corrente da musique concrète e a elektronische Musik.
O grupo francês foi resultado da iniciativa de Pierre Schaeffer, engenheiro eletrotécnico, criador do conceito de musique concrète, assim chamada por partir da gravação e transformação em estúdio de objetos sonoros (sons do ambiente, dos ruídos aos instrumentos musicais) recusando a utilização de instrumentos eletrônicos. As primeiras composições de Schaeffer, que incluíam a manipulação sonora por meio da variação da velocidade ou do sentido de leitura das gravações, tinham um efeito musical fraco, incoerente pela sua natureza fragmentária. Mais tarde, com a melhoria da tecnologia e em associação com o compositor Pierre Henry e o engenheiro Jacques Poullin, fundando em 1958 o Groupe de Recherches Musicales, surgiram as primeiras composições de resultado satisfatório: Symphonie pour un homme seul[2] e a ópera Orpheé 51, esta última utilizando aparelhos como o Morphophone e os Phonogènes, que operavam sobre gravações em fita magnética.
 
Década de 1960 e 1970: sintetizadores pessoais e a música popular

Minimoog Voyager, um sintetizador analógicoDevido à complexidade em compor com um sintetizador ou computador, a maioria dos compositores continuava a explorar a música eletrônica usando omusique concrète ainda na década de 1960. Mas como tal estilo não era gracioso, alguns compositores iniciaram pesquisas para melhorar a tecnologia nesse sentido, levando a três times independentes buscando o desenvolvimento do primeiro sintetizador pessoal.
O primeiro desses sintetizadores foi o Buchla, aparecido em 1963, produto do trabalho do compositor Morton Subotnick. Outro sintetizador foi o criado por Robert Moog[3], sendo  o primeiro a  usar um teclado  ao estilo de piano. Em1964 Moog convidou o compositor Herb Deutsch para visitar seu estúdio emTrumansburg.

  Minimoog Voyager, um sintetizador analógico


Música eletrônica (música eletrônica no Brasil) é toda música que é criada através do uso de equipamentos e instrumentos eletrônicos. Tais como sintetizadoresgravadores digitais, computadores ou softwares de composição. A forma de composição é geralmente intuitiva e muitas vezes pode ser feita até mesmo por pessoas com pouca experiência musical. Os softwares são desenvolvidos de forma a facilitar a criação das melodias e ritmos.
Por sua história passou de uma vertente da música erudita (fruto do trabalho de compositores visionários) a um elemento damúsica popular, primeiramente bastante relacionado ao rock e posteriormente discernindo-se como um estilo musical próprio (principalmente relacionado com a música popular nos sub-estilos considerados dançantes tais como o technoacidhouse,trance e drum 'n' bass, desenvolvidos a partir do auge da música disco no final da década de 1970). Atualmente existem várias ramificações do estilo, tanto eruditas como populares.
HISTÓRIA

Década de 1890 a 1940: os primeiros artistas e equipamentos

Data de 1897 o mais antigo instrumento musical eletroacústico. Foi uma invenção de Thaddeus Cahill, conhecida comodinamofone ou telarmônio. A máquina consistia num dínamo elétrico, associados a indutores eletromagnéticos capaz de produzir diferentes frequências sonoras. Estes sinais eram comandados por um teclado e um painel de controles e difundidos pela linha telefônica, cujos terminais estavam equipados com amplificadores acústicos, colocados em locais públicos. Veio a verificar-se que a emissão musical interferia com as chamadas telefônicas, o que era insustentável. O instrumento tinha a capacidade de sintetizar sons com os timbres desejados, por sobreposição de parciais harmónicos. O sistema que permitia este desempenho tornava a máquina extremamente complexa e de dimensões gigantescas. O compositor Ferrucio Busonimostrou interesse pela invenção, potencialmente geradora de novos conceitos harmônicos, não tendo no entanto apoiado diretamente o projeto.

Década de 1980 a 2000: a música eletrônica para o grande público

No final da década de 1970 e início da década de 1980 houve grande interesse na inovação em instrumentos de música eletrônica, amplamente pela substituição dos sintetizadores analógicos por versões digitais, além dos primeiros samplers. Na época os samplers eram, tal qual os primeiros sintetizadores, espaçosos e caros, mas em meados da década de 1980 foram desenvolvidos para tornarem-se mais disponível aos músicos.
Similarmente aos samplers, a música eletrônica foi amplamente difundida a partir da década de 1980 através da popularização dos computadores pessoais. A partir de então era possível emular as funcionalidades de instrumentos musicais ou de sintetizadores através da criação, manipulação e apresentação virtual de som. Percebeu-se que diferentes equipamentos não conseguiam comunicar-se entre si devido à diferenças em suas tecnologias. Para solucionar o problema foi criado o MIDI, um protocolo de comunicação destinado a comunicação, controle e sincronização de informações de áudio entre dispositivos como teclados, sintetizadores e processadores de som[7]. Introduzido em 1983, o MIDI tornou-se um dos padrões mais notáveis da indústria da informática e atualmente é aceito na maioria dos equipamentos de áudio e instrumentos musicais eletrônicos.
Eletro e música industrial
Os novos tipos de sons eletrônicos contribuíram para a formação da música industrial, começada por grupos como Throbbing Gristle em 1975Wavestar e Cabaret Voltaire. Artistas como Nine Inch Nails em 1989KMFDM e Severed Heads usaram as inovações da musique concrète e aplicaram à música dance e rock. Durante esse tempo, artistas de dub como Tackheadgravaram composições com modelos da música industrial que pavimentaram o interesse a bandas como Meat Beat Manifestoe produtores de downtempo e trip hop como Kruder & Dorfmeister.
Ainda durante o começo da década de 1980 desenvolveu-se em Detroit o eletro, uma forma de hip hop misturada com o timbre dos sintetizadores analógicos (usando várias referências de Kraftwerk), baseado amplamente nas baterias eletrônicascomo o Roland TR-808. Ainda que seja mais associado com o hip hop e usado no breakdance da época, o eletro é considerado uma forma de música eletrônica. O estilo foi resgatado nos anos 2000 com o electroclash mas decaiu pela grande influência de novos estilos de música eletrônica tais como o house.
  Cultura da discoteca, uma das precursoras  da
   música eletrônica dançante

Música eletrônica dançante
O estilo passou então de uma mera ferramenta para os músicos diversificarem e desenvolverem novos sons e timbres musicais apoiando-se em outros estilos musicais para ganhar uma cena própria. Com o sucesso da música disco, que atingiu seu auge entre 1977 e 1979 em parte devido ao filme de 1977 "Saturday Night Fever", a década de 1980 e décadas seguintes na música eletrônica foram marcadas pelo 
surgimento da música eletrônica dançante, levando ao desenvolvimento de novas ramificações como o techno, o house e o trance. A música eletrônica torna-se a partir de então, além de um estilo musical, um estilo de vida marcado pelas raves (eventos sociais de elevação de consciência baseados em música eletrônica[8]) e pelos DJs (músicos que utilizam instrumentos musicais eletrônicos para executar composições).Cultura da discoteca, uma das precursoras da música eletrônica dançante







  Cultura da discoteca, uma das precursoras  da
   música eletrônica dançante
O desenvolvimento do techno em Detroit e house music em Chicago na década de 1980, além do acid house no Reino Unidono início da década de 1990 aceleraram o desenvolvimento e a aceitação da música eletrônica na indústria da música, introduzindo a música eletrônica dançante às casas noturnas. A composição eletrônica pode seriar ritmos mais rápidos e precisos que os criados pela percussão tradicional, além de oferecer a possibilidade de misturas e adição de outros elementos como instrumentos musicais tradicionais e vocais. O estilo desenvolveu-se de tamanha maneira a tornar-se comercialmente acessível que mesmo artistas pop chegaram a compor usando o estilo, como o álbum Ray of Light da cantora estado-unidenseMadonna.
                                                                             Rave em Belo Horizonte,2006
Rave em Belo Horizonte, 2006Raves
Um elemento importante para o desenvolvimento da música eletrônica dançante foi o desenvolvimento das raves. Tais festas de música eletrônica começaram como uma reação às tendências da música popular, a cultura de casas noturnase o rádio comercial. Seu objetivo primordial era a interação entre pessoas e elevação da consciência (uma fuga da realidade) através de diversas formas de arte. A música eletrônica teve papel fundamental em tais festas na medida que proporciona  através   das batidas  repetitivas e  progressivas um  efeito hipnótico nos participantes, potencializado pela utilização de entorpecentes. A partir do desenvolvimento do estilo eletrônico na década de 1980 foram promovidos eventos em  regiões rurais destinados  a reunião de  pessoas, dança

e utilização de ecstasy. De forma análoga, o movimento hippie da década de 1960 pregava a reunião das pessoas e a utilização de drogas (especialmente o LSD) como forma de elevação de consciência. Mesmo com a reação negativa da mídia em relação a tal cultura o estilo foi se desenvolvendo, resultando em um estilo de vida para os participantes. Outros gêneros musicais presentes em raves incluem o drum and bass e a música ambiente. A partir do final da década de 1990 o termo caiu em desuso pelos seus participantes na Europa devido à massificação e desvirtualização do uso.
Fonte:http://www.analyrosa.blogger.com.br/histmusicaeletr.htm